De volta à casca...

Bom dia!

Hoje regressamos não à fava - essa maravilha algarvia que nos deslumbra... - mas à casca. A esse invólucro que protege cada leguminosa, cada fruta e cada legume e que é comestível, nutritivo e na maior parte dos casos extraordinariamente saboroso - não obstante algumas surpresas desagradáveis que possamos vir a ter neste campo...

Ontem cozinhei ervilhas. Muito tenras, colhidas no dia anterior. As cascas excedentes sugeriram-me fazer algo que já repeti em outras ocasiões com outros ingredientes, igualmente fibrosos (por exemplo, as folhas de alcachofra): pasta de casca de ervilha. Eis como o fiz:

1. Fervi as cascas em água e um pouco de sal por uns 10 minutos.


2. Triturei-as com um pouco da sua água (não muita), algum azeite (calculem partes iguais de azeite e água, na proporção de 10% do volume das cascas de ervilha), sumo de meio limão e pimenta preta. Irão obter uma pasta deste género, que poderá ficar mais espessa (tipo paté) se usarem menos líquido.



3. Passo importante: coem a pasta obtida! Como irão perceber, este passo elimina a enorme quantidade de partículas fibrosas presentes.




4. Usem a pasta obtida conforme desejarem. Para o jantar, utilizei-a de duas formas:



- Como uma base para legumes assados;
- Como parte integrante do salteado de legumes (onde se encontravam as ervilhas descascadas, mas também courgete, bróculos, cebola roxa e sementes de cânhamo tostadas). Uma vez que a pasta de ervilhas já está cozinhada, e uma vez que tem sumo de limão, aconselho a integrá-la nos preparados cozinhados apenas um ou dois minutos antes de apagarem o lume.

Conforme vos destaquei acima, este processo é extensível para diferentes cascas saborosas que contenham demasiada fibra para se comer no seu estado natural. Pessoalmente, gosto muito de o fazer com as pétalas e as partes fibrosas da alcachofra, que vão invariavelmente fora. Fico a aguardar outras sugestões da vossa parte...

Bom início de semana e boas experiências_

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